Toronto está em uma península, praticamente dentro dos Estados Unidos, resulta que para viajar de carro, se você não quiser ir na parte francesa do Canada (pas aujourd'hui, merci) ou acampar nos parques de Ontario, inevitavelmente cairemos na casa dos gringos, que nem Argentino, eles sempre acabam em Floripa.
Pegamos o carro e saimos com um formato um pouco diferente, sem reserva, sem destino, sem obrigação.
Windsor, cidade de fronteira canadense, da até sono e não achamos nada interessante para fazer lá. Entramos em um tunel meio apertadinho, e descubrimos que era novo, não mudou nada nossa vida, mas o outro lado foi parar em Detroit. É sempre um saco passar fronteira, você nunca sabe quando o guarda vai encrencar e sempre rola uma tensão (será que eles vão querer fazer exame de toque?), mas pra nossa sorte nunca encrencaram conosco, vantagem de ter mulher bonita do lado, associada à técnica do sorriso.
Detroit Rock City, já na praça tinha uma bandinha tocando Rock e aproveitamos para almoçar. A cidade caracteriza-se por ser industrial e não emociona os olhos, mas algo nos chamou muito a atenção, Detroit é uma cidade de negros, realmente 82% da cidade é negra e nós contamos o total de 6 brancos em nossa estadia, e tudo com cara de turista como nós.

Chegando em Chicago, já a noite, lá vamos nós procurar hotel descente, rodamos uma hora até achar uma pousadinha, a lá "My Name is Earl" Com acesso direto ao metro de superfície e em 20 minutos estavamos no centro, sem ter que pagar $10 por hora de estacionamento.

A cidade é de impressionar, qualidade de vida, parques e vida ativa (mais que Toronto, ao menos), muita atividade cultural, museus, arte, arquitetura.

Demos sorte de chegar no final de semana do evento "TASTE OF CHICAGO" onde vários restaurantes locais montam suas barraquinhas e vendem por um preço mais caro um pouco de comida, mas a idéia é provar de tudo, e foi o que fizemos, aquele sol fritando a cuca e nós na fila do sorvete.

Tivemos também uma idéia diferente de turismo. Essa ideia de parar em hotel perto do metro, e ir parar no centro parece funcionar bem, mas decidimos levar nossos patins para nos locomover dentro da cidade, afinal, da pra ver mais em menos tempo. O ruim é que passamos mais tempo com os patins nas costas que nos pés. Mas insisto que na teoria a idéia é boa e econômica, quem sabe um dia eu comprovo na prática.
Na vasta tradição brasileira de fugir de atividades da independência, onde perdi oportunidades por toda minha vida de ver o exército marchando na rua, conseguimos em uma viagem fugir das festividades locais. O Canada day é no 1 de julho que foi o dia em que saímos para os Estados Unidos, e voltamos no 4 de julho pro Canada a tempo de fugir da festividade dos gringos. Oportunidades virão.

-Fernando

Agora é oficial! Somos residentes no Canadá há um ano.
...e parece que foi anteontem.

-Fernando

Canadá também tem apagão, fritou uma estação elétrica e faltou energia em vários pontos da cidade. Dirigindo meu carrinho, acabei levando 20 minutos a mais pra chegar em casa. Minha experiência Paulistana em buscar caminhos alternativos pra fugir de transito valeu muito, mas não só isso.

Várias pessoas, começaram a ajudar a direcionar o transito, sem nada em troca, apenas por ajudar.

Nas esquinas com semáforo apagados, eles adotam o ALL WAY STOP, significa que todos param, e deixam o fluxo no outro sentido passar, passava um carro de cada vez.
Ninguém fica buzinando e reclamando, o respeito é contínuo.

Muito mais fácil que a última vez que passei por um apagão no Brasil.


-Fernando